terça-feira, 9 de agosto de 2011

Governo oferece 10% e professores encerram greve

Trabalhadores da educação terão reajuste retroativo ao mês de julho e índice parcelado até janeiro de 2012

José Barbosa/PMI
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Negociação para o fim da greve começou às 14h e só terminou às 19h
IPATINGA - Em assembleia dos professores da rede municipal de ensino em Ipatinga, realizada no começo da noite desta segunda-feira, os trabalhadores do setor decidiram encerrar a greve, iniciada em 8 de junho.Reajuste salarial retroativo ao mês de julho, de 6,47% em agosto, 1,53% em novembro e 2% em janeiro do ano que vem; pagamento dos dias paralisados a partir da reposição das aulas perdidas e previsão de Concurso Público até março de 2012. Estes são os principais pontos que contemplam a contraproposta apresentada pore representantes da administração municipal ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) de Ipatinga.
Segundo nota do sindicato que representa os professores, “o prefeito nos apresentou uma proposta que contempla, parcialmente, nossas reivindicações e que nos permite retornar às aulas com a consciência do dever cumprido”.
Dentre as principais reivindicações dos professores, estão: o cumprimento da Lei do Piso Salarial, garantia da extensão da jornada, manutenção do regime geral de previdência. Segundo o Sind-UTE, direitos que estavam ameaçados pela Administração Municipal. 
“Conseguindo assegurar alguns pontos de nossa pauta, consideramos uma vitória da categoria”, diz a nota.
A greve da rede municipal de ensino completou 60 dias nesta segunda-feira. Desde o começo da tarde representantes do governo municipal e dos trabalhadores em educação buscaram  um acordo para o fim da paralisação, que já foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A Secretaria de Educação de Ipatinga chegou a convocar professores que participaram do último processo seletivo em 2010, para substituir em sala de aula os grevistas. Agora, começa a negociação para o calendário de reposição das aulas.
A principal reivindicação dos trabalhadores da educação é o cumprimento do piso salarial nacional. O governo alega que já paga o equivale ao piso, para o trabalho de 20 horas dos educadores. Já os profissionais alegam que não e reivindicam a incorporação dos abonos e gratificações. 
Determinante
O encontro que culminou no fim da greve ocorreu na tarde desta segunda-feira (08) no gabinete do prefeito Robson Gomes (PPS) e contou com a presença de lideranças sindicais, do presidente da Câmara de Vereadores, Nardyello Rocha (PMDB), entre outros.
Deflagrada há dois meses,  paralisação dos professores foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e alvo de inquérito civil por parte do Ministério Público.
“Sentamos com os secretários e os vereadores para fazer uma avaliação sobre a melhor maneira de pôr fim ao movimento grevista. Temos conversado muito com os interlocutores das negociações com o objetivo de buscar a manutenção do ano letivo dos estudantes. É nossa vontade apresentar uma proposta melhor, mas estamos fazendo o que é permitido legalmente”, explicou o prefeito de Ipatinga, Robson Gomes.
Retorno
A administração municipal, conforme Robson Gomes, informou que com o retorno imediato as aulas não serão descontados os dias relativos ao recesso escolar. As férias dos profissionais serão pagas até 10 dias após o retorno total das aulas. Os dias não pagos em função da ausência em sala de aula serão pagos da seguinte forma: com reposição do primeiro dia de aula serão pagos 15 dias letivos: após a reposição dos 15 dias que já foram pagos, no 16º dia serão pagos mais 10 dias letivos; com a reposição dos 26 dias já pagos, no 27º será pago o restante a ser reposto.
O governo lembra que o calendário de reposição das aulas foi elaborado pela Secretaria Municipal de Educação e entregue ao Ministério Público em conformidade com a legislação vigente. A Prefeitura de Ipatinga considera que as paralisações dos professores, não acarretarão quaisquer conceitos negativos na avaliação de desempenho do servidor.
O governo não vai computar como falta e nem pretende considerar como abandono de cargo. Também não afetará como contagem de tempo de serviço para aposentadoria e para aquisição de férias regulamentares. A administração se compromete a abrir mão da multa imposta pelo judiciário a seu favor que hoje gira em torno de R$ 2 milhões.
fonte: http://www.diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=56757
Acesso: 09/08/2011